sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"distraíd@s venceremos"



essa frase do poeta paulo leminski (em que fiz a inclusão de gênero) me acompanha já há algum tempo.
talvez pelo caráter um tanto assertivo que possuo, e a capacidade de influenciar o meu entorno, tê-la adotado signifique desejar ativar meu lado aquariano mais que meu lado capricorniano: pensar que a liberdade e o confiar na vida podem ser mais potentes que o julgamento e o controle.
nada fácil, porém.
de todo modo, mais do que dar nome a um show que por muito tempo mantive com o grupo “gigi castro & seus heróis”, é uma consigna de vida.
uma consigna de vida é algo com o qual seguimos, a despeito de.
então a despeito das coisas darem certo ou errado, serem boas ou más, úteis ou inúteis, é com ela que seguimos.
pra muita gente as consignas são de luta, de protesto, de rebeldia.
a mim, esta me basta.
pelo seu próprio caráter irreverente, mas sobretudo porque me alivia a ideia de que não é necessário fazer esforço pra viver.
o que é de mais importante já nos é dado: o ar quer respiramos, o sol que nos aquece, o crescimento das plantas e dos bichos independente da nossa ação, os dias de chuva ou de azul, as sensações de bem estar se tudo isso observamos com reconhecimento e gratidão – enfim, a lista é imensa!
o lado chamado “duro” da vida não deixa de fazer parte. mas me seduz a possibilidade de mesmo este transformar.
e por isso faço da minha vida um experimento.
nem sempre feliz, é verdade.
há dias que são tão sofridos que eu penso que vou morrer de dor (dramática, também, sou).
mas tenho aprendido também a não me identificar com o que seja dor ou alegria.
e nisso, sinto-as, mas sabendo que não são eu.
eu é algo mais. algo que nem sei. algo que perscruto, que adivinho, que um dia talvez eu vá encontrar na sua plenitude.
por ora, é ensaio.
como se ensaia prum show.
e há que ser feliz ensaiando, se não, não é no show que as coisas vão se resolver.
o que me leva a constatar que alguns dos melhores momentos não são os que se vive pro outro (o show), mas pra si mesm@ (os ensaios).
por isso gosto tanto de viver: porque há tantos possíveis, que por mais que eu queira, nunca vou esgotá-los.
e por isso me ilumino quando os tempos são de escuridão.
eu sou a minha própria luz.
e eu, é claro, é sempre relativo.
há muitos nós em cada eu que se pronuncia...

(11.11.2011 – aniversário de martinha aurélia, a quem rendo minha homenagem pelos 50 anos bem vividos!)

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