domingo, 21 de novembro de 2021


 preto,
quando a gente quer
mas não sabe pra onde correr,
um bom jeito
é se socorrer
naquilo que não vai ceder
nem que a vaca tussa,
nem que o gato espirre,
nem que a galinha chore!
um bom jeito
é não tresvariar nem temer!
um bom jeito
é se re.organizar pra valer!
um bom jeito...
ora, quem sou eu
pra dizer pra um filho de Exu
um bom jeito?
eu me aquieto 
e te imagino calmo:
esse é, talvez,
um bom jeito!

axé, preto!
[no domingo seguinte à tua entrada no terreiro, 
depois de uma lua cheia e de um eclipse]


terça-feira, 16 de novembro de 2021


 então, preto,
enquanto tu vai fazer teu santo,
fico eu cá com os teus santos!
e pense em quão santos são!...
mas eu bem que agradeço:
são um pouco de ti!
que dei de novamente sentir
aquela saudade antiga
quando era tu no iguatu
e eu na lida.
e choro, preto,
como se tu fosse ainda meu menino longe.
acho que é porque o homem em ti
foi buscar em si o que sempre esteve nesse horizonte:
o encontro consigo,
com o Eu,
com o Cristo em si.
que seja bom, preto,
conquanto o tanto!
que seja como
uma boa roda de choro,
um pão feito em casa,
como as boas amizades,
como o Amor,
como a própria saudade
quando sabe o sentido
de ser de cada coisa -
e koisa
e koisa
e koisa
e koisa
e tao!
e koisa
e koisa
e koisa
e koisa
e mel!
axé, meu preto!
[da casinha DaPonte, nesse 1o dia de teu retiro]