meu
escritório é na rua
meus
companheiros, os gatos
quem me
conta coisas é o vento
quem me
cobra é o próprio trabalho
que
trabalho, por sinal, é tudo:
o
respirar
o
varrer
o
digerir
o lavar
(cumprimentar
os vizinhos)
o
pensar
o escolher
o ser
feliz
(o se
esquecer um pouquinho)
o ter preocupações
ou o
divagar
(apesar
de haver,
e há!,
os
relatórios muitos por fazer
enquanto
a vida teima em me chamar...)
meu
escritório é na rua
de
frente pro verde que me atravessa
em meio
ao cimento erguido e à pressa
dos que
passam (e não me notam)
imersos
na sua luta,
imensa.
(fazendo relatórios na área da casinha
na tianguá, 779)