sou
um manancial aberto
de
água lembranças memórias musicais
que
me expandem
quando
o tempo fecha e a vida acocha
sou
esse lugar sagrado
onde
o tempo e o espaço se encontram
e
fluem para além de si mesmos,
me
deixando livre de mim mesma
e
ao mesmo tempo plena
sou
uma vau, uma vã,
uma
ave e uma incerteza
constante
– e por isso plano
como
as asas abertas de um pássaro
que
em nada pensa,
só
pende pra onde o vento sopra
sou
um poço fundo
fundo
fundo
profundo
e
quando caio em mim
às
vezes é como um desmaio:
enlouqueço
repentinamente,
repentinamente
me esqueço,
e
sigo com as forças todas
que
me impulsionam,
tal
como no começo do mundo
tudo
começou a se unir.
casinha
tianguá,
15.8.2017
(salve nossa mãe iemanjá!)