segunda-feira, 21 de julho de 2014

por todos os julhos! (da série: mapas da alma)

agradeço por todos os julhos!
àqueles em que fui feliz
como nos que fui posta à prova.
agradeço por todos os julhos!
sobretudo porque a despeito do meu orgulho,
o mundo segue, e eu com ele —
segundo alguns, inclusive mais nova (rs).
agradeço por todos os julhos!
pelo que me surpreendem
pelo que me repreendem
pelo que me impõem de escolhas!
agradeço por todos os julhos
por me obrigarem a encarar os entulhos
que as torres caídas não ajudam a remover.
agradeço por todos os julhos!
porque como tudo uma hora passa,
eles antecedem os agostos
em que para além de meus próprios gostos
eu renasço das águas que meu corpo verte
e à minha alma lava.
agradeço todos os julhos!
porque depois de toda essa oração
eu me reencontro na energia de leão:
avesso e verso de mim mesma,
ciente de que mesmo a noite erma
desabrocha em dia
júbilo
alegria
ação.

sábado, 19 de julho de 2014

da série: da liberdade e do amor

depois de muitos eões vividos,
a mim me parece
que a duração de um relacionamento afetivo-sexual
está condicionada a quanto de liberdade
você pretende abrir mão.

(e abrir mão da liberdade, aí, 
não é nenhum sinônimo 
de relação monogâmica...)

resumindo,
bem simples assim:
a pessoa te diz - "amor, 
tu é livre, mas só até bem aqui, tá?"

e eu me admiro, ê ê!
aonde é que se pode chamar isso
de liberdade -
ou mesmo de... amor?

quarta-feira, 9 de julho de 2014

citação (da série: "saúde, meu amor, é dom")

            "Visto que a falta de individualidade (isto é, permitir que a personalidade sofra interferências que a impeçam de cumprir os mandamentos do Eu Superior) é tão importante na produção da doença, e que costuma iniciar-se muito cedo na vida, consideremos agora a autêntica relação entre pai e filho, mestre e aluno.
            Fundamentalmente, o ofício da paternidade consiste em ser o instrumento privilegiado (e, na verdade, esse privilégio deveria ser considerado divino) para capacitar uma Alma a entrar em contato com o mundo para o bem da evolução. Se entendido com propriedade, é bem provável que não se ofereça à humanidade nenhuma oportunidade maior do que essa, a de ser o agente do nascimento físico de uma Alma e de ter a guarda de uma jovem personalidade durante os primeiros anos de sua existência na terra. A atitude dos pais deveria se resumir em dar ao pequenino recém-chegado toda a orientação espiritual, mental e física como o máximo de habilidade, sempre lembrando que o pequenino é uma Alma individual que veio ao mundo para adquirir a própria experiência e conhecimento em seu próprio caminho, segundo os desígnios de seu Eu Superior, e dar-lhe toda a liberdade possível para que se desenvolva sem dificuldades.
            O ofício da paternidade é um serviço divino, e deveria ser respeitado tanto, se não mais, que qualquer outro dever a que sejamos intimados a cumprir. Por ser um trabalho de sacrifício, há que ter sempre em mente que não se deve pedir nada em troca à criança, e que o objetivo máximo é dar, e tão-somente dar, carinho, proteção e orientação até que a Alma se encarregue da jovem personalidade. A independência, a individualidade e a liberdade devem ser ensinadas desde o começo, e a criança deve ser estimulada o mais cedo possível na vida a pensar e a agir por si mesma. Todo o controle paterno deveria ser reduzido pouco a pouco conforme a capacidade de cuidar de si próprio se vai desenvolvendo e, mais adiante, nenhuma imposição ou falsa ideia de dever para com os pais deve obstruir os desígnios da Alma da criança.
            A parternidade é um ofício na vida que passa de um para outro, e é em essência prover orientação e proteção por um breve período, após o qual se deve deixar o objeto de atenção livre para progredir sozinho. Tenha-se presente que a criança da qual nos tornamos guardiões temporários pode ser uma Alma muito mais velha e maior do que nós, pode ser espiritualmente superior a nós; assim, esse controle e proteção deve limitar-se às necessidades da jovem personalidade.
            A paternidade é um dever sagrado de caráter temporário, e passa de geração a geração. Implica tão-somente um serviço e não pede aos jovens nada em troca, já que eles devem ser deixados livres para seguir segundo o seu próprio modo de ser, para que, tanto quanto possível, se tornem aptos a cumprir a mesma tarefa poucos anos depois. Assim, a criança não deve sofrer restrições, nem ter obrigações ou entraves por parte dos pais, sabendo que a paternidade foi breviamente concedida a seu pai e a sua mãe, e que poderá ser também seu dever exercer essa mesma função para com outras pessoas.
            Os pais deveriam estar particularmente precavidos contra qualquer desejo de conformar a jovem personalidade às suas próprias vontades e idéias, e deveriam refrear qualquer dominação indevida ou qualquer pedido de favores em troca do seu dever natural e privilégio divino de ser o meio de auxiliar uma Alma a entrar em contato com o mundo. Qualquer desejo de controle, ou desejo de dirigir a jovem existência por motivos pessoais, é uma forma terrível de ambição, e nunca deveria ser consentida, pois se se arraigar no jovem pai ou mãe, ambos se converterão, com os anos, em verdadeiros vampiros. Se houver o menor desejo de domínio, ele deverá ser detido desde o início. Devemos recusar estar sob o jugo da ambição que nos compele a desejar possuir os demais. Devemos encorajar a nós mesmo na arte de doar e desenvolver isso até que ela lave com o seu sacrifício todo traço de ação adversa.
            O mestre deve sempre ter em mente que o seu ofício é ser apenas um agente que dê ao jovem orientação e oportunidades de aprender as coisas do mundo e da vida, de modo que cada criança possa absorver o conhecimento à sua maneira e, se a liberdade lhe for concedida, escolher instintivamente o que seja necessário para o êxito de sua vida. Portanto, repetindo, nada além do mais carinhoso cuidado e orientação deveria ser dado, para que se permita ao estudante adquirir o conhecimento necessário.
            Os filhos deveriam lembrar que o ofício da paternidade, como símbolo do poder criativo, é divino em sua missão, mas que não implica nenhuma restrição no desenvolvimento deles nem qualquer obrigação que possa obstruir a vida e o trabalho que lhes forem ditados pela sua própria Alma. É impossível calcular, na civilização atual, o sofrimento não expressado, a restrição da natureza das pessoas e o desenvolvimento do caráter dominador que a falta de percepção desse fato acarreta. Em quase todos os lares, pais e filhos constroem ao redor de si mesmos cárceres por motivos inteiramente falsos e por uma concepção equivocada do que deve ser o relacionamento entre eles. Esses cárceres põem a ferros a liberdade, obstruem a vida, impedem o desenvolvimento natural, trazem infelicidade a todos os envolvidos; as perturbações mentais, nervosas e até físicas que afligem essas pessoas constituem, na verdade, a grande maioria das enfermidades dos nossos dias.
            Nunca será demasiado insistir no fato de que cada Alma encarnada neste mundo está aqui com o propósito específico de adquirir experiência e compreensão e de aperfeiçoar sua personalidade com vistas aos ideais da Alma. Não importa qual seja nossa relação com os demais, seja a do marido para com a mulher, a do pai para com o filho, a do irmão para com a irmã, a do mestre para com o aluno, pecamos contra nosso Criador e contra nossos semelhantes se impedirmos, por motivos de desejos pessoais, a evolução de outra Alma. Nosso único dever é obedecer aos desígnios de nossa própria consciência, e essa, nem por um momento, deve tolerar o domínio de outra personalidade. Que cada um se lembre de que a própria Alma reservou para si um trabalho particular, e que a menos que se cumpra essa tarefa, ainda que não seja de maneira consciente, inevitavelmente terá lugar um conflito entre a Alma e a personalidade, conflito que necessariamente terá efeito na forma de distúrbios físicos.
            Na verdade, é possível que a vocação de alguém seja devotar sua vida a outra pessoa, mas, antes que faça isso, que esteja absolutamente seguro de que isso o que determina sua Alma, e de que não se trata de sugestão de alguma outra personalidade dominadora a persuadi-lo, ou de falsas idéias de dever a desviá-lo. Que se lembre também que viemos a este mundo para vencermos batalhas, para adquirirmos forças contra quem nos quer controlar, e para avançar àquele estágio em que passamos pela vida cumprindo nosso dever sossegada e serenamente, sem nos amedrontarmos e sem nos deixarmos influenciar por qualquer outra criatura, guiados sempre pela voz de nosso Eu Superior. Para muitos, a maior batalha travar-se-á no próprio lar, onde, antes de obter a liberdade para conquistar vitórias pelo mundo, terão de libertar-se do jugo e do controle adversos exercidos por algum parente muito próximo.
            Qualquer indivíduo, adulto ou criança, que tenha como parte de sua missão nesta vida libertar-se do controle dominante de outro, deve lembrar o seguinte: que, em primeiro lugar, seu suporto opressor deve ser considerado da mesma maneira com que consideramos um oponente num esporte, como uma personalidade com a qual participamos no jogo da Vida, sem o menor traço de amargura, e que, não fossem esses oponentes, desperdiçaríamos a oportunidade de desenvolver nossa coragem e individualidade; em segundo, que as autênticas vitórias da vida vêm do amor e do carinho, e que, em contexto semelhante, nenhuma forma de pressão deve ser utilizada, qualquer que seja ela; que se desenvolvendo de maneira segura nossa natureza, sentindo compaixão, carinho e, se possível, afeição — ou ainda melhor, amor — para com o oponente, ele poderá, assim, desenvolver-se e, com o tempo, seguir calma e tranquilamente o chamado da consciência sem permitir o mínimo de interferência.
            Os que são dominadores precisam de muita ajuda e orientação para que se tornem capazes de transformar em realidade a grande verdade universal da Unidade, e para que entendam a alegria da Fraternidade. Deixar escaparem tais coisas é deixar escapar a autêntica felicidade da Vida, e temos de ajudar essas pessoas na medida de nossas forças. A fraqueza de nossa parte, que lhes permite ampliar sua influência, de forma alguma os ajudará; recusarmo-nos delicadamente a estar sob o seu controle e esforçarmo-nos para fazê-los compreender a alegria de doar, os auxiliará ao longo da escalada.
            A conquista de nossa liberdade, a vitória de nossa individualidade e independência exigirão, na maioria dos casos, muita coragem e fé. Porém, nas horas mais difíceis, quando o êxito parecer quase impossível, recordemos sempre que os filhos de Deus nunca devem sentir medo, que nossas Almas só nos dão tarefas que somos capazes de levar a cabo, e que com nossa coragem e com nossa fé na Divindade dentro de nós a vitória chegará para todos os que perseveraram em sua luta."

(retirado de Os remédios florais do Dr.Bach – incluindo Cura-te a ti mesmo: uma explicação sobre a causa real e a cura das doenças e os doze remédios, São Paulo: Ed.Pensamento, 1995, cap.V, pp 39-44)

quarta-feira, 2 de julho de 2014

citações (da série: é preciso ter coragem!)

“(...) O que chamamos de errado e mau é, na realidade, o bem fora do seu lugar e, portanto, é uma questão totalmente relativa.”
(Edward Bach in “Os Remédios Florais do Dr. Bach incluindo Cura-te a ti mesmo – uma explicação sobre a causa real e a cura das doenças”, Ed.Pensamento: São Paulo, 1990, p.33, cap.IV)

“Se a crueldade ou o ódio impede-nos de avançar em nosso caminho, lembremos que o Amor é a base da Criação, que em cada alma viva há algum bem, e que no melhor de nós existe algum mal. Buscando o bem nas outras pessoas, mesmo naquelas que a princípio nos ofendem, aprenderemos a desenvolver, se nada mais, alguma compaixão para com elas e a esperar que encontrem caminhos melhores; então segue-se que a vontade de ajudá-los a se reerguerem despertará. A maior conquista de todos será sempre através do amor e da bondade, e quando tivermos desenvolvido suficientemente essas duas qualidades, nada será capaz de nos atacar, já que teremos compaixão e não ofereceremos resistência; pois, repetindo, segundo a lei de causa e efeito, é a resistência que causa o dano. Nosso objetivo nesta vida é obedecer os desígnios de nosso Eu Superior, sem nos deixarmos deter pelas influências dos outros, e isto só pode ser conseguido se seguirmos calmamente nosso caminho e, ao mesmo tempo, se nunca interferirmos na personalidade dos outros, nem lhes causamos o menor dano por nenhuma forma de crueldade ou ódio. Devemos nos esforçar para aprender a amar os outros, começando talvez por um indivíduo ou até mesmo por um animal, e deixar que esse amor se desenvolva e se estenda numa esfera cada vez maior, até que os defeitos contrários a ele automaticamente desapareçam. Amor gera amor, assim como ódio gera ódio.”
(Edward Bach in “Os Remédios Florais do Dr. Bach incluindo Cura-te a ti mesmo – uma explicação sobre a causa real e a cura das doenças”, Ed.Pensamento: São Paulo, 1990, pp.34-35, cap.IV)


“(...) É essa a tragédia que resulta das convenções dos tempos modernos, e é impossível calcular as milhares de vidas bloqueadas em seu caminho, as miríades de oportunidades desperdiçadas, a tristeza e o sofrimento causado por isso, o incontável número de filhos que por um senso de dever cuidam de um inválido, quando a única doença de seu pai ou de sua mãe é a avidez por atenção. Que se reflita sobre quantos homens e mulheres foram impedidos de realizar alguma grande obra para a humanidade devido ao fato de suas personalidades terem sido dominadas por algum indivíduo de quem eles próprios não tiveram coragem de se libertar; sobre as crianças que precocemente descobrem e desejam seguir sua vocação e, por problemas circunstanciais, pela persuasão alheia e pela falta de determinação, vão parar em algum outro ramo da vida, onde não são nem felizes nem capazes de desenvolver sua evolução como caso contrário poderiam estar fazendo. São só os desígnios de nossa consciência que devem dizer-nos se o nosso dever é para com uma ou mais pessoas, como e a quem devemos servir; mas, qualquer que seja esse dever, precisamos obedecer esta ordem com o máximo de nossa habilidade.
            Por fim, não tenhamos medo de nos lançar na vida; estamos aqui para adquirir experiência e conhecimento, e aprenderemos pouco, a menos que encaremos a realidade e busquemos o melhor de nós próprios. Tal experiência pode ser adquirida em cada esquina, e as verdades da natureza e da humanidade podem ser conquistadas tão efetivamente, ou até mesmo mais, numa casinha de campo tanto quanto em meio ao tumulto da cidade grande.”
(Edward Bach in “Os Remédios Florais do Dr. Bach incluindo Cura-te a ti mesmo – uma explicação sobre a causa real e a cura das doenças”, Ed.Pensamento: São Paulo, 1990, pp.37-38, cap.IV)