quinta-feira, 19 de julho de 2018

TAO, O MENINO CRIADOR (da série: nossa reverência à infância!)

tao criava da hora que acordava

à hora que dormia.

às vezes de tão criador,

levava fama de pura teimosia.

mas era não:

era a vida que nele pulsava

que sentido em tudo buscava.

donde tudo era

ex-pe-ri-ên-cia!

quem quiser que guardasse

as suas essências!...

pra ele, shampu, sabonete, desodorante:

tudo era motivo pra sua alquimia exuberante!

das cores, então, nem se fala!

a casa, a geladeira, as paredes, portas... e até os quadros já assinados

eram sua tela preferida – pra não falar dos corpos (inclusive o seu) pintados!...

e quando o assunto era fogo?

segura, que ele pode botar tudo em jogo!

que não se deixe um fósforo ou uma vela à mão,

que o dia do aniversário muda rápido de ocasião!

porque por que não?

por que só no horário, só no dia, só no vago?...

por que tanto castigo, tanto ralho, tanto pouco bom comentário

sobre um menino que é só: um criador!?...

um criador de si mesmo!

todo dia, toda hora, todo instante,

como a gente já esqueceu de ser

e por isso anda de si

tão distante!...


(chez casinha tianguá, na noite do dia 19 pro dia 20 de julho de 2018, de uma avó completamente ciente do neto que tem – e reverenciosa disso!)