quinta-feira, 18 de junho de 2015

do tempo e das cores do incerto (da série: série nenhuma)


um dia tão bonito!

um azul tão firme!

uma quase certeza no ar...

e no entanto, é tudo o mesmo.

ah, como muda

esse tempo interno

para quem o instante

é às vezes eterno,

para quem

o mutante

é não raro

decerto

para quem

o constante

tem as

cores

do

in

se

to.

(ops! 

do

in

cer

to

...)

quarta-feira, 17 de junho de 2015

sobre o tempo e o amor (da série: série nenhuma)



deixe ela.

deixe ela.

tudo tem seu tempo.



tão precioso esse silêncio.

tão precioso não ter um tostão!

tão precioso tudo.



aquilo que a gente escolhe

não deve ser preterido

só porque não se entende.



deixe o não entendimento chegar.

deixe ele assentar.

deixe ele descansar.

quando quiser, ele fala.

e aí tudo se transforma num clarão

tão grande

que a gente nem mais entende

é como é que não percebeu

tudo ali às claras!



deixe ela.

deixe ela.

tudo tem seu tempo.

até o tempo de nada ser.

tudo tem seu tempo.

terça-feira, 16 de junho de 2015

sobre os gatos do quindim (da série: é preciso ter coragem de ser feliz!)


que coisa inútil, os gatos!

comem, deitam, dormem.

por vezes, rolam uns sobre os outros,

brincam de gatinhos”...

comem-se também uns aos outros

e quanto barulho fazem,

deslocando telhas e alugando ouvidos!

às vezes simplesmente brigam

e devoram-se.

que coisa inútil!

um céu azul e um bando de gatos

de todos os tamanhos a se espraiar ao sol.

a indústria seria outra,

o desenvolvimento não teria fim

se se pudesse ao menos recrutar os gatos!

já imaginaram? toda uma população de felinos

que hoje se maltrata, se executa,

se dá fim,

transformada numa mola do progresso!

ôôô!

que coisa mais inútil, os gatos!



(ah, a inutilidade um dia!

a grata felicidade de não ter nenhuma serventia...)