segunda-feira, 17 de outubro de 2011

por que "é preciso ter coragem de ser feliz"

nem tudo tem que ter por quê.
mas algumas coisas têm.
a ideia desse blog nasceu há já algum tempo.
daí criei o nome, mas não o blog.
digamos que entre a ideia e a sua consecução, teve um tempo de gestação.
nem toda gestação é igual.
em algumas, as coisas nascem; noutras, as coisas morrem.
a alternância desses dois movimentos, no entanto, é que o dá a dinâmica da vida.
"vida/morte/vida", no dizer de clarissa pinkola estés.
pois entre as minhas "vidas/mortes/vidas", veio a vontade de dar forma à ideia.
e como já havia um tanto de coisa escrita, pulsando e esperando pra se expressar, comecei com poemas que já me acompanham desde o início do ano.
e sobre a razão mesmo de ser do blog, ele diz do sentimento que me acompanha desde que eu resolvi ser de novo... autônoma. saí do trabalho lindo que fazia numa entidade e me dispus a viver do meu trabalho em casa, escrevendo - ou tocando, também em casa ou fora. foi algo bastante pensado e conversado - mas nunca as coisas são tanto quanto como quando a gente as vive. e daí que isso que classifiquei como "encontro comigo mesma" se deu de várias formas - nem todas previsíveis ou mesmo desejadas.
o único fato que perdura é o mesmo sentimento inicial: o da necessidade de ser feliz, num mundo onde tudo parece ruir - onde, como diz o velho marx, "tudo o que é sólido desmancha no ar".
ciente disso, mas consciente de que pra mim quero traçar uma outra trajetória, renunciei ao estar por estar, no que quer que fosse. mesmo que tendo ainda por consigna (de vida, não do ano) o "distraíd@s venceremos" do amado leminski.
nisso fui encontrando parcerias aqui e ali. gente que já percebeu que o mundo do trabalho, tal qual nos é imposto, é uma prisão. por mais bonitos que sejam nossos ideais e nossas utopias, os grilhões pesam sobre nossos ombros - e como a massa, que tanto criticamos, seguimos no mesmo bordão do estresse, da alienação de si mesm@, do não se perceber sequer o ar que entra e sai pelas nossas narinas.
é preciso ter coragem de ser feliz pra romper com tudo isso.
sabe-se lá se o que eu proponho eu mesma consegui!...
tudo o que sei é que vou vivendo, um dia após o outro, uma hora após a outra, minuto a minuto tentando prestar atenção em mim e no que está à minha volta.
não é um exercício simples. dá trabalho ser. muito mais do que todo o ter.
mas como ainda disponho de saúde e disposição, sigo tentando.
e compartilhando meus escritos, meus humores, meus amores, minhas crises e minhas superações.
vamos ver no que dá.
o convite é só mesmo a essa provocação: a de que num mundo onde reina a depressão, é preciso ter coragem de ser feliz.

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