sábado, 22 de outubro de 2011

da série - é preciso ter coragem de ser feliz: nenhum sinal do que virá


 e a noite chega.
nenhum sinal do que virá.
mesmo as árvores emudeceram
com o vento que parece ter ido embora
os gatos todos sumiram
os filhos todos saíram
a calma é tanta que não se adivinha a cidade em que se está.
mas a noite chega
e com ela a escuridão
a mesma de quando me disseste que te ias
ao dizer o que não se previa
e é bem verdade que te foste
a noite chega
a noite e a calma
a calma e a noite
a noite e a calma
de tal sorte que a má sorte
de haver te visto ir
já não me impede de rir
e na escuridão da noite eu rio
do tempo da noite da calma
eu rio do rio da alma
que é vasto
mais vasto que aquilo que clama
e na calma da noite que chega
eu me acalmo
e não temo mais
o que em mim
ama

(na casinha da tianguá, depois de um longo dia na boa companhia de mim mesma)

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