às
vezes eu queria lhe dizer
para
não ter mais medo.
nem de
mim, nem de você,
nem de
morcegos.
morcegos
são medos que se pode nominar,
mas há
medos mais profundos
que é
importante dominar.
às
vezes eu queria poder lhe ajudar
a
descer do muro, da árvore
ou de qualquer outro alto onde você se encontrar.
não
porque eu seja melhor que você:
somos a
mesma, guardadas nossas singularidades.
e é por
isso que não quero o seu mal:
querer
isso é o mesmo que desejar
o meu
mal.
o que
eu quero, se posso querer,
é poder
vê-la bem,
longe
ou perto –
nem que
nunca mais
a gente
precise se rever.
porque
este mundo, nesta dimensão, é um só.
e ele
há de poder comportar
todos
os nossos sentimentos e
desejos,
se
esses sentimentos e desejos
são,
para além da nossa vaidade,
plenos
do que nos liberta do medo
mediante
a nossa vontade.
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