segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

como uma laranja...


penetrar em si mesma
é um trabalho tão árduo
que qualquer distração é melhor
que a tarefa que se nos impõe.
no entanto, quando ela vem,
nada mais a fazer senão encarar.
e a imagem que se vê
é por vezes tão assustadora,
que melhor seriam todas as propostas
tentadoras (e por que não: enganadoras?...),
a esse encontro fatal.
não há, porém, como fugir.
pode se chorar, espernear, resistir – mas fugir, não mais.
o grande barato, então, é se entregar.
sofrer a não mais poder, até que deus (ou a deusa)
se compadeça de você
e resolva novamente lhe entreter – até de novo
lhe espremer, como se espreme uma laranja,
pra você saber o que é bom, não pra tosse,
mas pra crescer.

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