segunda-feira, 23 de setembro de 2019

da falta que a vizinha faz (da série: boa vizinhança)

… e amanheceu sem o som do liquidificador. 
e sem o som das vozes, e sem o som do motor. 
e sem o som do silêncio que ficava depois de toda a casa acordada sair. 
e sem a possibilidade de dizer: renatinhabielgael!benjaminmarcos!… 
tudo isso deixa na gente um imenso vácuo! 
foram tantos anos juntos que a gente parecia um grande conjunto 
― e agora faltam muitas presenças!… 
acho que por isso até adoeci, tentando elaborar essa ausência. 
acho que por isso até entristeci, mesmo sabendo que a lei da vida é a impermanência. 
porque é muito bom saber que num mundo tão fragmentado, 
a gente pode contar com a vizinhança do lado! 
e ver os meninos e meninas, filhos ou netos,
todos/as nascendo e crescendo num ambiente de afeto! 
ê mundo grande! 
ê vida! 
agora é tocar pra frente, que continua a lida! 
e “o que não voga é a preguiça de ser feliz, ou pelo menos tentar se encantar”, 
sabendo que a tianguá pode ser aqui e/ou em qualquer outro lugar! 
bien sûr!

Nenhum comentário:

Postar um comentário