terça-feira, 5 de maio de 2015

a história de uma Príncipa (da série: amores presentes)

Era uma vez uma Príncipa.
Príncipa, para quem não sabe, não é feminino de príncipe: é Príncipa e pronto.
Então.
Era uma vez uma Príncipa que nasceu sob a influência de uma deusa muito poderosa.
O nome dessa deusa é Vênus.
Ela é o amor, a beleza, a delicadeza e tudo isso Príncipa trazia,
só que tão, tão escondido, que nem mesmo ela sabia.

Um dia porque sempre há um dia, ou vários! Príncipa resolveu sair do seu reinado.
Assustou-se!
Até então, ela tinha sido cercada de todos os cuidados
e ela era o próprio cuidado: cuidava de si como quem sabe que para além do terreno,
há em cada qual um elemento mágico, profundo, divino, sereno.
Pois.
Príncipa que era só, e cercada de, cuidado, resolveu ir ao mundo.
E como já trazia a música como companheira,
foi através da música que ela fez ponte com as terras estrangeiras.
Nossa, como o mundo era grande!
Nossa, como dava medo!
Nossa, como se sentia insegura fora dos seus cercados e dos seus segredos!
Mas Príncipa, quando decidia algo, era intrépida.
E mesmo com todo o medo, com toda insegurança, com todo frio, com toda sua herança
nem sempre boa, às vezes pesada como o que nem ela mesma alcança... ―,
aventurou-se.

Foram tempos tortuosos.
Quanta coisa desmoronou!...
Quanto novo apareceu!!!!
Quanta sacrifício se viu!
Quanto prazer inesperado sucedeu...
Príncipa caiu muitas vezes doente,
pois quando a Alma sofre, o corpo é quem sente.
Teve, então, que recorrer ao que lhe era latente, mas que em algum ponto se perdeu.
E quase como uma águia que renasce das cinzas de si mesma 
ou como planta que secou por um descuido, mas que alguém lembrou e novamente aguou ,
ela fez-se outra: transformou-se como a borboleta!

Descobriu que era uma Príncipa!
E que Príncipas podem ser, para além de ter.
Riu-se dos possíveis que se abriam cada vez que vinha um novo amanhecer.
E ficou tão, tão mais bonita do que sempre fora, que tudo em volta parecia resplander
sua beleza, sua doçura, sua leveza.
Príncipa segue, então, a sua sina
e a sua sina não é outra senão escrever a própria história!
Não como quem desatina, mas como quem lê para além do que se traz na memória.
Príncipa perdeu o medo há mesmo quem diga que perdeu o juízo!...
A verdade é que Príncipa segue cada vez mais radiante (ou, eu diria, cada vez menos estranha)!
sem segurança alguma que a detenha,
sem castigo algum que a contenha:
simples como o próprio vento,
firme como uma montanha.

(para a Príncipa, em meio às muitas transcrições...rs)

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