quinta-feira, 15 de março de 2012

da série - é preciso ter coragem de ser feliz (como uma flor de mimulus)

tenho tido que aprender
a me espalhar
a ser ampla
(generosa, até)
maior do que eu
— eu que sempre me achei mince
(que no francês quer dizer pequena...)
não que não saiba do que sou capaz
mas sempre me sentindo como o personagem do pessoa
em “tabacaria”: a única em que a vida bate,
diante de tant@s que sempre parecem mais!
pois a vida me chamou num canto
e me disse: cresce, menina!
e quando a vida chama, não há como não ouvir.
há quem se aventure a ignorar o que ela diz —
não é à toa que tem tanta gente em sofrimento nesse mundo!...
mas eu, que me decidi por ser feliz,
não posso me dar esse luxo.
a vida chama, eu atendo.
respondo do meu jeito,
do que jeito que dá,
do que jeito que posso,
do que jeito que vou construindo
sobre os próprios restos do meu ser em cacos.
não posso dizer que seja o mais divertido nem que
me prescreveria isso, pudesse ter alternativa.
mas aceito.
e aceito com compaixão de mim mesma,
ou seja: cuidando do que ainda é frágil,
do que é como uma flor de mimulus.
ao mesmo tempo, me abrindo pro que me fechei,
sorrindo pro que já neguei,
dizendo sim ao que não considerei.
sou diferente de mim?
provavelmente, sim.
possivelmente, não.
sou esse emaranhado de sentires sem rei.
acho que talvez assim seja mais fácil me criar:
ser o que sou sem lei nenhuma
a não ser alguma que me leve
a amar.

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