segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

citação (a propósito do pensamento de Jung)

 "(...) o inconsciente e o consciente existem num estado profundo de interdependência recíproca e o bem-estar de um é impossível sem o bem-estar do outro. Se alguma vez a conexão entre esses dois grandes estados de ser for diminuída ou danificada, o homem ficará doente e despojado de significação; se o fluxo entre um e outro for interrompido por muito tempo, o espírito e a vida humana na Terra serão mergulhados no caos e na velha noite. Para ele [Jung], por conseguinte, a consciência não é, como acreditam, por exemplo, os positivistas lógicos do nosso tempo, um simples estado de mente e espírito intelectual e racional. Não é alguma coisa que dependa exclusivamente da capacidade do homem para a articulação, como sustentam algumas escolas de filosofia moderna, a ponto de afirmar que o que não puder ser articulado verbal e racionalmente não tem sentido e não é digno de expressão. Pelo contrário, ele provou empiricamente que a consciência não é apenas um processo racional e que o homem moderno, precisamente, está doente e destituído de significação porque, por séculos desde a Renascença, perseguiu cada vez mais um desenvolvimento enviesado no pressuposto de que a consciência e os poderes da razão são a mesmíssima coisa. E se alguém achar que isso é exagero, é só lembrar do 'Penso, logo existo!' de Descartes (...)."
(texto de Laurens van der Post retirado de Jung e o Tarô - uma jornada arquetípica de Sallie Nichols)

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