sábado, 26 de março de 2016

presente (da série: amores presentes)

eu já nem lembrava mais
como eras tão bonita!
e como o mundo inteiro resplandia
quando ao invés de te expressar com palavras,
simplesmente sorrias.

e foi assim sem que eu me desse conta,
um encontro inesperado e mesmo prosaico
(porém completamente verdadeiro)
que se pode dar em meio à multidão
mas que nosso caso deu-se no banheiro:

abriste-te em risos,
eu me desarmei;
floriste inteira
e eu, surpresa,
todos os meus sisos
descartei.

e aí te foste:
como sempre, menina,
ameaçando o mundo
com tua graça fina.

e eu, do portão,
mirei-te
não como se mira um
outro ser humano
mas como quem adivinha
os planos mais profundos,
e profanos,
com que se urde a vida inteira
e seus enigmas -
e os dei-te!

(pra neguinha)

terça-feira, 15 de março de 2016

co.memor.ação! (da série: amores sempre!)

a você,

que dividiu comigo

os caminhos

as dores

e as alegrias,

minha gratidão!



que possamos,

no entardecer
  
da vida,

dividir o planeta
 
e suas melodias
 
- sua imensidão!


que possamos,

como o mundo

e seu saber profundo,

ser sábias e simples:

como o início de tudo,
 
como uma canção.

terça-feira, 8 de março de 2016

18 (da série: amores presentes)

não é 1
nem são 2
e nem 8:
são 18!

anos há,
em que nos 
furtamos
de comemorar.

mas eu sou 
feliz assim mesmo:
não se mede amor
pela quantidade de desejo.

parabéns pra nós!
parabéns pra vida!
do amor, da coragem e de nós
há de haver uma outra medida!

 

segunda-feira, 7 de março de 2016

repentinas (da série: é preciso ter coragem)

às vezes passo o dia
- às vezes passo dias! -
em busca de mim mesma,
seguindo uma disciplina 
que a muito custo 
consegui, não me impor mas,
construir.

aí de repente,
sem que eu espere
ou já no auge 
de um desespero controlado,
o encontro vem.
por meio de qualquer coisa
ou de qualquer ser.

hoje ele chegou de várias formas:
no encontro com o Tao
(ele de carro, eu de bike,
ele a dizer: quero ir contigo
e eu a dizer: eu te amo!),
no mar revolto que
não se deixou penetrar,
no beija-flor que,
inesperadamente,
se escondeu e se mostrou
- a me dar conta
de que as graças 
são mesmo assim:
repentinas!