segunda-feira, 31 de março de 2014

domingo, 30 de março de 2014

da série: bem maior é a imensidão!...

acordei neste domingo com uma saudade imensa!
até sonhei com uma branca, que me abraçava uma e duas e outra vez,
pra também matar a saudade de mim...
e escutei canções antigas
e de amigos e amigas que não estão mais aqui.
e senti saudade, mais do que do vivido,
do que pode ser.
e vi a luz de novo
aparecer.
e porque o tempo fez-se chuva,
a minha saudade encontrou lugar
nesta manhã de domingo na tianguá.
e porque de companhia eu só tinha
o andarilho jesus,
a saudade se achegou sem medo
de nada que pudesse a afugentar.

quinta-feira, 27 de março de 2014

o filme (da série: é preciso ter coragem de ser)

uma vez
diante de uma velha tela de tv
você assistiu a um filme
e depois me contou

nele uma mulher
ia até o fim do mundo
pra recuperar o amado
que a guerra tomou

eu não entendi na hora
que aquela era a nossa história,
mas eu aqui estou:
que se me revele agora
aquilo que o resgatou!

desabafo (da série: mapas da alma)

às vezes quero 
me sentir usada
(no sentido negativo
da palavra)
(e não raro
essa sensação vem
com relação a gente que
se quer muito bem)
mas ato contínuo
eu penso:
não!
deve ser só impressão...
faço então minha EFT,
ligo o rádio ou a TV
ou vou simplesmente
ler
(e aí quando dou 
por mim,
já me deixou
a sensação ruim!...)

verdade e bondade
me guiarão!


envidia (da série: pra você que me lê furtivamente)

primeiro você desejou o meu lugar.
depois você desejou o meu amor.
em seguida você desejou o meu trabalho.
e por que não?, você desejou o meu sumiço.

e eu o que desejando sigo
é que você seja feliz!
(pode ser que assim
essa envidia medonha tenha fim!...)

e se você me perguntasse,
eu poderia já ter dito
o que não é nenhum segredo:
você pode encontrar o que quiser
se for suficientemente o que você é
e se tiver a coragem e a calma
de simplesmente parar
e olhar a sua alma.

quarta-feira, 26 de março de 2014

da série: mapas da alma

eu estou viva agora e aqui.
e o que é que me faz feliz agora?
certamente não é ir ao pão de açúcar
nem ter cartão de crédito pra comprar sem fim.
o que me faz feliz agora
é poder ter a graça de ser/saber/sentir
que o presente é o grande presente!
e que eu posso ressignificar cada dor,
cada pequena amargura,
cada mágoa,
cada falta de ternura,
cada medo,
cada situação de exclusão ou degredo
— sobretudo porque eu não estou só.
eu quando digo eu
abarco um coletivo imenso
de tod@s @s que me pariram/
embalaram/nutriram
ao longo de muitas eras!
eu quando digo eu
estou falando de muitos vós
em que as teias do amor
se entremeiam e fazem de mim
ser mais do que uma voz!
eu quando digo eu
estou dizendo nós!
(e que essa primeira pessoa do plural
seja em mim o respeito para além do pessoal
a todo ser
que comigo compartilha
o estar neste planeta
e que se inclui
nessa trama
que é bem maior
e profunda
do que cabe
nos nossos
lençóis...)

domingo, 23 de março de 2014

da série: é preciso ter coragem de ser feliz

se eu morresse hoje,
quereria levar a alegria do menino
que pula sem medo
ao grito de: madeira!!!
talvez também a tranqüilidade
que sinto quando me balanço na área
entre os portões e as múltiplas cadeiras.
(acho que queria ainda
o beijo de uma tarde linda
quando o sol reparte-se em mil cores.
e queria, por que não?,
só as boas lembranças de todos
os amores.)

se eu morresse hoje,
levaria com certeza
a certeza de uma casa limpa —
fiz a faxina da alma
enquanto punha em ordem
tudo quando era de ainda...

se eu morresse hoje
(ah, se eu morresse hoje!),
morreria feliz de ter podido ter a fé
de crer em coisas muito simples —
e vê-las ir se revelando como
duas xícaras e um café.