sexta-feira, 29 de junho de 2012

do verbo haver (da série: é preciso ter coragem de ser feliz)



há que deixar os sentimentos apascentarem
e decantarem, como quem decanta um líquido
e esperar o tempo deles descansarem
enquanto correm e nos percorrem como um rio

há que deixar morrer o que já não pulsa vivo
e há que revivescer o que supostamente morto ainda vive
há que se abrir ao novo e ao que nos chega livre
desamarrar da dor, da raiva e do perigo

há que simplesmente ser, sem mas, porém ou todavia
ser simplesmente e feliz reconhecer-se a despeito!
há que não crer no que nos ditam as ladainhas
do contrário do amor, que é só o medo

há por ciência que desaprender
os condicionamentos todos que tod@s vamos ter
e há que reaprender a estar
consigo mesm@ independente do tempo que fará

há (porque outro verbo não se adéqua mais)
de haver o que poeta diz: mais compaixão!
e chegar um dia ao que só o perdão faz
mas sem mais necessidade de perdão, de sim ou não: só paz!

terça-feira, 12 de junho de 2012

da série: amores por se viver

(ilustração de marcos venícius)
a gente não sabe como o amor se faz.
sabe é que ele se faz.
um dia, alguém que você nunca imaginou 
pode chegar e dizer:
estou a fim de você.
e aí as barreiras de gênero, geração ou o que for
não sabem mais o que ser.
o que fala é a vontade do encontro
ou a vontade de nada,
o surpreendente do assombro
diante da noite calada.


domingo, 10 de junho de 2012

da série: é preciso ter coragem de ser feliz

um dia,
em que acordarei sem a sensação de perda,
poderei talvez compreender
a perda
sem que ela me cause dor.
um dia.
um dia, talvez, em que já tenha aprendido
a ressignificar o amor...

domingo, 3 de junho de 2012